Fui fazer FUVEST e olha no que deu…

Olá, destemidas e destemidos!

No ano passado, eu me inscrevi na FUVEST porque me deu a louca.

Por isso, achei que valia a pena fazer uma reflexão sobre a experiência que tive. Felizmente, aqui no blog, tenho mais espaço do que nas redes sociais, então vou poder contar com mais detalhes como foi prestar um dos vestibulares mais concorridos depois de alguns anos de profissão.

O que eu queria mesmo não era uma vaga na graduação, mas passar novamente pela experiência de estar em situação de prova. Isso era uma coisa que eu não fazia há anos. É muito fácil se acostumar a estar do lado de quem aplica a prova, e não daqueles que estão sendo avaliados.

Mas, como eu trabalho com muitos vestibulandos que estão se preparando pra superar esse desafio, nada me pareceu fazer mais sentido que reviver essa situação em que você está numa sala cheia de gente não muito amigável, sentada numa cadeira desconfortável, com um fiscal vigiando (nada pessoal, porque esse é o trabalho dele) e com o pescoço duro de tanta tensão. Acrescente-se a essa imagem o fato de que, coincidentemente, me vi sentada entre duas ou três pessoas muito altas e grandes – e me senti como um fusca na estrada sendo cercado por caminhões.

Afinal, quanto mais você tem a dimensão do que é um concurso como a FUVEST, mais humildade tem pra ajudar o seu aluno a entender que não é difícil porque ele não está preparado, mas porque é um baita desafio pra qualquer pessoa.

Quando fui fazer a primeira fase, não tinha conseguido estudar quase nada, então não imaginei que iria passar pra segunda. Na verdade, eu só fui mesmo pra ter um pretexto pra comer um chocolate bem gostoso durante a prove, rs. Mas o fato é que eu passei, e aí tive que estudar pra essa nova etapa. Eu fiz o que pude em relação às disciplinas que não eram rotina pra mim, sobretudo Geografia e História. E a redação, bem… Esse é o meu trabalho, né?

A essa altura, dando uma olhada na minha página, você já deve saber que eu passei na FUVEST e, já que consegui a vaga, porque não cursar Letras? E lá estou.

Aprendizados

Depois dessa história toda, deixe-me compartilhar algumas coisas que aprendi com isso:

– Não importa o quão seguro(a) você esteja do seu preparo, quando estiver fazendo uma prova de vestibular, haverá estresse e ansiedade. Chegar e sair pleno de uma ocasião dessas é impossível. Eu, que não estava querendo vaga, que estava só querendo lembrar de como era, não consegui afastar o nervosismo. Isso quer dizer que rachar de estudar não vale a pena? Lógico que vale!  Nervosismo é normal na hora do vestibular e, se você estiver preparado(a), ele pode ser até bom, pois vai te deixar alerta e te preparar fisiologicamente pra esse desafio. Mas é claro que, se você não conseguir controlar seu nervosismo, poderá ficar paralisado e ter o famoso “branco”, por conta da invasão de hormônios que literalmente cortam a sua comunicação com os seus neurônios. O controle emocional é importantíssimo, então faça simulados e vá sentar na cadeira ruim antes de encarar a prova de verdade, pra se acostumar com o que vai encontrar.

– Se você é mais velho(a), essa é pra você: depois de um tempo, vemos como nosso cérebro amadurece, e conteúdos que nos desafiavam quando jovens já não parecem tão assustadores. Fazendo as provas da primeira e segunda fases, me dei conta disso e fiquei muito feliz!  Use sua experiência de vida a seu favor, se você estiver prestando uma segunda faculdade ou já tiver alguns anos de cursinho nas costas. Quer um exemplo? Se eu vejo no jornal uma notícia sobre o impacto global da pandemia de Covid-19, não é nos livros de atualidades que vou ter de me basear pra contextualizar os possíveis impactos disso na Nova Ordem Mundial. Há anos, eu presencio isso sempre que vejo jornal ou leio matérias sobre o assunto (não a pandemia, mas a ordem global, porque eu não tenho bola de cristal, rs). Esses conceitos já fazem parte da minha vida e, por isso, estão muito mais internalizados. Quando eu prestei meu primeiro vestibular, contudo, estava entrando no mundo “dos adultos” naquele momento e, de uma hora pra outra, novos conhecimentos eram cobrados de mim. Embora eu até fizesse bom uso dos livros, aqueles conceitos não faziam pra mim o sentido que fazem hoje.

Pra concluir

Reforço o quanto essa experiência me tornou uma professora melhor. Assim como incentivo você a fazer simulados pra se preparar pra experiência de fazer um vestibular, também incentivo meus colegas a se colocarem no lugar dos alunos. Afinal, eu, que sou professora de redação, fiquei nervosa a ponto de quase não ter tempo de terminar meu texto. Eu, que tenho mestrado e doutorado na área de humanas, errei questões dessa área de conhecimento. Eu, que tinha me prometido que iria pra prova como quem vai passear, acabei fazendo cada questão com sangue no olho pra passar nessa budega.

Olhando pra essa experiência, quem sou eu pra exigir que o meu aluno tenha mais plenitude diante das provas que irá prestar simplesmente porque eu estou pedindo? O melhor que posso fazer é orientar cada um deles sobre como entender esse momento e como separar o estresse próprio da situação e aquele excessivo, que pode ser impossibilitante.

E você, fica muito nervoso ao fazer provas?

Leave a comment

Your email address will not be published.


*