Para cada aluno, um professor particular

Nos posts anteriores ( O que um professor particular de redação pode fazer por você – partes 1 e 2), dei dicas sobre coisas importantes na hora de escolher um professor particular. Agora, vou falar um pouco sobre o outro lado da relação de aprendizado: o aluno.

Antes de escolher um professor particular, é importante ter em mente quem será o aluno. Aspectos como faixa etária, nível de escolaridade, complexidade da demanda e dificuldades de aprendizado exigem do professor competências e aptidões específicas.

Mas a boa notícia é que, para cada aluno, há um professor. Por isso, veja abaixo algumas coisas nas quais você deve pensar:

 

Para quem são as aulas? Para você ou para seu(s) filho(s)? São para uma criança, um adolescente, um adulto ou um idoso?

Se você procura aulas para você, então poderá tratar de tudo diretamente com o professor. Como você já tem noção de seus limites e habilidades, provavelmente saberá indicá-las ao professor com clareza. Além disso, você mesmo irá avaliar se o professor está te ajudando e sugerir novas estratégias a ele quando julgar necessário. E, por último, mas não menos importante: se você está dedicando seu tempo a aprender algo, e pagando pelo tempo de um professor particular, terá o maior interesse em realmente aprender, em fazer todo esse esforço render.

No caso de aulas para crianças, é dos pais a responsabilidade de acompanhar, avaliar e acertar o pagamento pelo trabalho realizado. É muito difícil que elas, principalmente as mais novas, tenham consciência de seu processo de aprendizado. Por isso, dificilmente vão reclamar que não estão aprendendo. Por outro lado, elas demonstram com muita naturalidade quando não estão gostando de uma aula, coisa que os adultos já aprenderam a fazer (seja por respeito ao professor, seja para não se prejudicar perante ele).

É muito importante ter em mente que, assim como os alunos, os professores também têm suas preferências e competências particulares. Além dos cursos específicos que qualificam esses profissionais, ele precisa ter aptidão e gosto para trabalhar com a faixa etária do aluno em questão. Assim como um professor que trabalha com crianças teria dificuldade em dar aulas para adultos, um professor que atua no Ensino Superior não está preparado para dar aulas a uma criança.

Crianças, adolescentes, adultos e idosos têm potencialidades e possibilidades de aprendizado que, muitas vezes, precisam ser exploradas de modos diferentes. Uma criança não verá com bons olhos um professor que fala o tempo todo, pois é o aspecto lúdico que a sensibiliza nessa faze de descobertas. Um adolescente jamais sentiria que tem algo a aprender com um professor que o trata como criança, pois quer mostrar para o mundo que já é quase um adulto. E assim por diante.

É claro que há muitos casos que poderiam provar o contrário do que eu disse acima. Nem a formação inicial do professor o limita a uma faixa etária de alunos, nem seu gosto por ampliar sua habilidade de ensino precisa ficar restrito á sua formação. O importante é que o professor se sinta bem para dar as aulas, e que o aluno sinta segurança no professor.

 

O conteúdo é iniciante, intermediário ou avançado?

Nesse caso, é preciso saber se o professor domina o conhecimento necessário para poder dar aulas. Para isso, solicite suas referências ou seu currículo. Assim, você poderá ter uma ideia do quanto ele vai poder te ajudar. É claro que nem sempre será possível avaliar precisamente o nível de conhecimento de um professor a partir de seu currículo. Pode ser que ele tenha realizado estudos que não estão listados nele, ou que tenha pouco domínio de um conteúdo específico, ainda que ele faça parte do programa dos cursos que realizou.

O melhor que você tem a fazer é explicar para ele do que precisa, para que ele possa avaliar se poderá te ajudar ou não. No segundo caso, talvez seja melhor procurar outro professor. Uma coisa interessante: pode ser que o próprio professor conheça um colega que possa te dar as aulas do conteúdo em questão. Então vale pedir indicações.

Se o aluno está no Ensino Fundamental I, poderá ser auxiliado principalmente por professores formados em Pedagogia (generalistas), ou por Licenciados (podendo ou não ter também Bacharelado – são os professores especialistas). Para o Ensino Médio, é indicado procurar os especialistas, pois nessa etapa do ensino formal, as disciplinas já são bem segmentadas e específicas. Por isso, um professor de Português dificilmente terá na cabeça uma aula sobre matrizes, conteúdo estudado em Matemática. Isso não significa que ele não o domine (pois também ele fez o Ensino Médio), mas que um professor de Matemática poderá trabalhar esse conteúdo de modo mais eficiente.

Se o aluno está no Ensino Superior, é interessante procurar um profissional da área quando precisar de auxílio em conteúdos específicos. Isso não exclui a grande ajuda que um professor especialista já mencionado pode dar. Afinal, ele também passou pelo Ensino Superior.

 

Trata-se de um aluno com capacidade cognitiva normal, ou com alguma dificuldade diagnosticada?

Apesar de parecer que o diagnóstico dirá tudo que o professor precisa saber para lidar com os alunos portadores de necessidades especiais, não é bem assim. Afinal, não é incomum que dois deles, mesmo com diagnósticos iguais, apresentem especificidades muito diferentes no ambiente escolar. Por isso, é desejável que o professor tenha alguma qualificação ou experiência em relação a isso.

Também é importante que ele se disponha a conhecer bem o aluno no decorrer do processo de ensino. Já conheci professores que, mesmo não tendo formação para lidar com alunos com necessidades especiais, se dispuseram a pesquisar a respeito e, no fim do ano, realizaram um trabalho admiravelmente eficiente com os alunos que atenderam.

 

O aluno realmente quer aprender?

Se o aluno não tem nenhuma dificuldade que atrapalhe seu aprendizado, é preciso que ele se comprometa a aprender e seguir as orientações do professor. Do contrário, todo tempo e dinheiro serão jogados no lixo. Infelizmente, não é incomum que o fracasso de um trabalho pedagógico seja creditado inteiramente ao professor. É claro que, quando ele não está comprometido com seu trabalho, é grande a chance de nada dar certo. Contudo, existe um fator ainda mais determinante nessa história: quando o aluno não quer aprender, mesmo com todas as diferentes estratégias tentadas pelo professor, nada feito.

Por isso, se você procura um professor particular para você, tenha certeza de que irá se dedicar aos estudos. Se for para uma criança, converse com ela e a incentive a estudar e a se interessar pelo que o professor terá a ensinar.

 

Até a próxima!

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