Poder da leitura, busca da fonte perdida e digestão – você não vai acreditar em como essas coisas se conectam

E aí, destemidas e destemidos!

Nesse post, eu vou te mostrar como eu fui procurar a fonte perdida de uma citação pra falar sobre o poder da leitura. Aí eu achei a citação. Aí eu falei sobre o poder da leitura. Mas, como não consigo ficar longe das piadas ruins, veio uma comparação muito louca entre o processo de leitura e a digestão.

Mas eu vou contar tudo pra você adiante. Por enquanto, olha só que legal a citação do J.R.R. Tolkien, famoso por ser autor dos livros da saga O Senhor dos Anéis.

 “Não se adquire um bom vocabulário com a leitura de livros escritos conforme uma ideia do que seja o vocabulário da faixa etária do leitor. Ele vem da leitura de livros acima da sua capacidade.” J.R.R. Tolkien

J.R.R. Tolkien Fonte: WIKIMEDIA COMMONS

Já que é pra falar sobre leituras desafiadoras, fica a dica de leitura da saga = )

Em busca da referência perdida

Eu queria muito encontrar uma citação que me ajudasse a falar sobre o poder da leitura, mas acabei dando uma de detetive, porque é raro que os repositórios de citações coloquem a fonte das frases que divulgam. Embora dar as fontes de pesquisa seja uma regra muito forte nos meios técnicos e acadêmicos, é bem comum que publicações voltadas para o público amplo não tenham o mesmo cuidado.

Contudo, no meu entender (e tudo bem se você não concordar) identificar as fontes do que você cita não somente inibe o plágio, como também facilita MUITO a vida de quem se interessar em ir atrás da bendita citação pra ler todo o texto de onde ela foi retirada.

O Google com certeza ajuda, mas nem sempre resolve a questão. Primeiro, a frase apareceu num artigo de um estudante universitário. Quando ei já estava de coração quentinho por ter achado a fonte, vi que, embora a referência estivesse no texto (TOLKEIN, 2009, p. 4), ela não estava na lista de referências. Pelo trabalho interessante daquele estudante, vi que foi um lapso. Todos somos humanos, né?

Mas eu já tinha uma data e uma página, então estava mais perto da fonte da citação.  Pesquisando novamente, encontrei um livro de um pesquisador, que parece muito interessante (e generosamente publicado em pdf). Ai, que alegria! Ele tinha a lista de fontes citadas lindamente organizada!

Mas, antes de poder buscar os livros de J.R.R. Tolkien publicados em 2009 no Brasil, fui almoçar. Gente, é comida, né? Se vocês me conhecem, sabem que eu nunca recuso, hehe. Mas estou perto agora, embora tenha tido bastante trabalho de detetive. E não é isso que uma pesquisadora deve fazer?

Voltando à questão da leitura

Quando eu li a citação do J.R.R. Tolkien, gostei muito do que ela coloca: a leitura como um desafio em que a ampliação de vocabulário e de horizontes se dá por meio de leituras desafiadoras. Eu sei, por experiência própria, que se a gente fica na zona de conforto, não aprende coisas novas. Por que com a leitura seria diferente? A gente quebra a cabeça com textos que, no começo, parecem que não foram feitos pra serem entendidos. Mas, com o tempo, quanto mais nos desafiamos com leituras novas e diferentes em complexidade, mais vamos adquirindo repertório. Com isso, textos que antes davam um nó na nossa cabeça ficam mais fáceis.

Eu ficava muito orgulhosa de mim quando sentia que minha capacidade de leitura crescia. Dá trabalho? Claro. Precisa de esforço? Com certeza. Mas a recompensa é muito boa.

Quem tem o hábito de ler e trabalha pra dar conta de leituras cada vez mais desafiadoras ganha muita coisa:

  • Ampliação da visão de mundo e do repertório cultural
  • Aumento da imaginação
  • Crescimento do repertório de escrita

Sim! E lá vamos nós de novo falar sobre redação. As pessoas que não têm o hábito de ler dificilmente fazem progressos no desenvolvimento da habilidade de escrita. Mas eu vou deixar isso mais claro logo adiante.

E não podia faltar a piada ruim…

Pra que você nunca se esqueça da importância que a leitura tem não só na sua visão de mundo, mas também no desenvolvimento da sua habilidade de escrita, eu não podia me furtar de fazer uma comparação bem, bem, beeem ruim.

A leitura alimenta a sua escrita do mesmo jeito que a alimentação.

Quando você se alimenta, a comida entra pela sua boca, é mastigada e começa o processo de digestão. E você sabe bem onde ele termina, né?

Da mesma maneira, quando você se alimenta de leitura e de conhecimentos de mundo, isso aparece na sua escrita. Você faz relações entre acontecimentos de forma mais espontânea e encontra na sua memória passagens de textos que leu que te ajudam a escrever seu próprio texto. Uma palavra nova que entrou na sua cabeça pela leitura pode sair em outro texto, assim como acontece na digestão.

O meu ponto é: pra que algo saia, é preciso que tenha entrado primeiro.

Eu sei que você já tinha entendido isso na primeira frase dessa comparação, mas não consegui me segurar. Eu sou boa em fazer piada ruim…

Se você chegou até aqui, valeu por ter aceitado esse desafio de leitura = )

É nessa que eu vou!

Beijo da Ana = )

PS 1 – Eu já escrevi muitos textos que achei uma merda, mas mesmo eles me ensinaram alguma coisa. Não desdenhe dos seus: veja-os como parte do seu aprendizado.

PS 2 – Eu já tô até imaginando que você pode pensar: pera aí, a Ana tá comparando um texto a um cocô?  Isso não é contra o que ela tá defendendo? Um texto pode ser importante e significativo. E um cocô fede e é algo que dá nojo.

Se você pensou assim, só digo uma coisa: respeita o cocô.

Ele pode ser mega desagradável e nada cheiroso, mas é o resultado natural do seu processo de alimentação. Sem comer, você não sobrevive, certo?

Você não precisa levar seu dito-cujo pra passear nem dar tchau pra ele quando der a descarga, o que não significa que deve execrar uma coisa que faz parte da sua sobrevivência.

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